Recentemente em
vista a um empresário na região da Serra Gaúcha pude sentir na voz daquele
empreendedor a angustia em pessoa. Durante nossa conversa, sempre regrada de
fino trato, houve um momento que uma frase destoou: “...preciso fazer mudanças
mas não sei por onde começar. Sei das necessidades, mas alguns sentimentos me
impedem, alguns medos. Enfim, gostaria que alguém sentasse aqui e as
fizesse...”. Foi esse encontro que me inspirou a escrever a matéria desta
coluna. Uma situação real, muito comum no cenário dos empreendedores e que
causam um impacto enorme no dia a dia das empresas.
Aliado a essa
observação real, vemos uma proliferação de consultorias, muitas ocupando os
espaços que os sócios e acionistas deixam vagos. Mas a pergunta é: Qual o limite
ou qual a condução de uma consultoria dentro de uma empresa? Como escolher o
trabalho a ser realizado para que seja assertivo? Essas são algumas das várias
perguntas que devem ser feitas antes da decisão quanto a contratação de uma
consultoria ou um executivo para auxiliar ou conduzir os negócios de sua
empresa. A seguir colaboraremos com alguns pontos a serem levantados para esta
tomada de decisão:
1 – Descida por
alguém que se interesse realmente com o seu negócio
Na maioria das vezes
as empresas de consultoria possuem um discurso bem parecido: Reduzir custos,
ajustar processos e aumentar margem. Mas a pergunta mais interessante é em como
fazer isso gerando valor ao negócio, pensando em ações de curto, médio e longo
prazo. Nessa hora a presença do sócio contribuindo com o trabalho é
fundamental, não se pode deixar que os contornos estratégicos sejam todos dados
por quem acabou de chegar.
Valorize quem se
interessa verdadeiramente pelo seu negócio e não permita que o trabalho seja
conduzido apenas por relatórios formais produzidos pela equipe antiga da
empresa. A verdade precisa ser vista através de novos olhos! Isso já foi
sabiamente dito pelo consultor de empresas e especialista em marketing, Raimar
Richers: Entender para atender! Com frequência se vê programas da gigante AMBEV
estimulando seus altos executivos a irem a campo verem e sentirem as
necessidades dos clientes.
2 – O planejamento
parte de fora para a dentro
Entender o mercado,
seu comportamento é fundamental! Recentemente acompanhamos a implosão de um
ícone mundial, símbolo do capitalismo americano: Kodak Company. O presidente
mundial da empresa, Antônio Perez disse: “...Não podíamos continuar fabricando
produtos que as pessoas não querem comprar...” referindo aos antigos filmes
fotográficos. Esse exemplo torna-se ainda mais trágico, pois foi a própria
Kodak que descobriu a nova tecnologia digital, na época não lançada pelos
executivos para preservar o atual negócio de filmes fotográficos.
A falta de
conhecimento do negócio e suas tendências impõe aos empresários desenvolverem
produtos e serviços que muitas vezes não agregam valor e aumentam seus custos,
sem necessariamente, contribuir para longevidade de suas empresas. Não podemos
esquecer “...”A falta de visão leva as pessoas a ruina...” – Provérbios 29:18
3 – A experiência
além da aparência
Os empresários
sofrem quando o assunto é mudança, sair da zona de conforto, principalmente,
para quem desenvolveu uma empresa, não é nada fácil. Uma empresa é uma espécie
de filho, algo que nasceu, desenvolveu mas que em determinado momento precisa
de ajuda, de novas escolas, de novas pessoas que possam ajudar nessa nova fase.
A procrastinação da mudança, na maioria das vezes, custa mais caro, retarda o
crescimento e, em alguns casos como citamos (Kodak) podem custar a manutenção
da empresa. Mas como decidir sobre qual tipo de consultoria/executivo a
contratar. Segue alguns pontos que merecem atenção:
Opte por quem tem
história – Já dizia o adágio popular: “...Conhecer o passado para entender o
presente e planejar o futuro...”. Muitos se apresentam como sábios, dizem
termos técnicos, falam com uma certa desenvoltura mas não possui história
profissional que os capacite a exercerem o que vendem. Gerir uma empresa apenas
com o currículo é a mesma coisa que experimentar um restaurante apenas vendo o
cardápio.